O crescimento das cidades e a aglomeração de edifícios, com a consequente redução de áreas verdes e impermeabilização dos solos, produz impactes negativos no ambiente e nas populações. Note-se que, ao modificarmos o processo de evapotranspiração e o balanço hídrico da superfície urbana, estamos a contribuir para aumentar a vulnerabilidade da população perante riscos de inundações, ondas de calor, deslizamentos de terra, entre outros. Neste contexto, tem vindo a ser reconhecido que os edifícios podem contribuir para a mitigação de alguns destes problemas, promovendo uma melhor integração ambiental das cidades e uma melhor gestão dos recursos, incluindo a água e a energia. As coberturas verdes são um exemplo de construção sustentável, onde se pretende promover a mitigação de alguns destes problemas.

Várias cidades europeias têm fomentado a utilização deste tipo de sistemas, quer através do incentivo à sua utilização quer através de medidas legislativas. Refira-se, ainda, que estas medidas, que promovem uma economia mais verde e contribuem para a redução do consumo de energia, estão entre as prioridades definidas na estratégia Europa 2020. As coberturas verdes permitem, assim, introduzir benefícios nas cidades e edifícios, contribuindo, desta forma, para uma vida mais saudável.

A introdução destes elementos verdes no espaço urbano serão responsáveis pela mitigação do efeito da ilha de calor e pela fixação de poluentes. Permitem, ainda, reduzir os níveis de ruído, retardar o escoamento das águas pluviais, prevenindo o risco de inundações, e reduzir o consumo de energia, através de um melhor isolamento térmico dos edifícios. Por outro lado, são compatíveis com a instalação de sistemas prediais de aproveitamento de águas pluviais, reforçando o potencial de sustentabilidade da solução.