Controlo Sanitário de um Sistema de Aproveitamento de Águas Pluviais no novo edifício da Ordem dos Engenheiros (Região Centro) - Boas Práticas

Hídrica

Publicado por ANQIP

A Ordem dos Engenheiros - Região Centro (OE) decidiu reabilitar um edifício antigo para instalação da nova sede regional. No âmbito desta intervenção decidiu executar um sistema de aproveitamento de águas pluviais (SAAP) para fins de rega da sua zona verde, não só por razões económicas, mas essencialmente como medida de desmonstração de boas práticas na construção. Na verdade, os sistemas de aproveitamento de águas pluviais em edifícios (SAAP) são soluções que devem ser fomentadas no âmbito das medidas de adaptação às alterações climáticas, dado que podem atuar não só no amortecimento dos picos de cheia, mas também como solução de uso eficiente da água em edifício em seca prolongada, embora possam apresentar riscos para a saúde pública, quando não devidamente executados. Tendo em atenção os riscos potenciais (legionella, etc.) da utilização da água da cisterna em sprinklers para rega, com formação de aerossóis, foi protocolado entre a Associação Nacional para a Qualidade nas Instalações Prediais (ANQIP) e a OE, um plano de monitorização com três níveis de periodicidade e com duas baterias de testes, tendo em consideração os parâmetros físicos, químicos e microbiológicos legalmente estabelecidos. Com base nos resultados obtidos e após análise comparativa com guidelines internacionais, foi confirmado que, mesmo ao maximizar o período de armazenagem em estiagem prolongada, todos os valores estavam abaixo dos limites aplicáveis, assegurando-se uma utilização segura da água pluvial. Os resultados levaram à confirmação de que é viável em Portugal considerar períodos de armazenamento superiores aos admitidos em normas já publicadas noutros países, os quais não ultrapassam, em geral, as três semanas. Deste modo, considera-se adequada a disposição da Especificação Técnica ETA 0701 da ANQIP, que admite períodos de retenção até 3 meses, nas condições previstas na ETA. Não existindo ainda em Portugal regulamentação ou normalização aplicável a estas instalações, torna-se evidente que elas devem ser objeto de certificação obrigatória por entidade competente, de modo a ficarem salvaguardados os aspetos de saúde pública. Para o efeito, a ANQIP publicou já a Especificação Técnica 0702 (Certificação de Sistemas de Aproveitamento de Águas Pluviais).

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Palavras-chave

  • Aproveitamento de águas pluviais
  • Eficiência hídrica
  • Stress hídrico
  • Resiliência

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